quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quatro médicos envolvidos em fraude em ponto do Samu são demitidos na Grande SP

Quatro dos sete médicos envolvidos na fraude ao ponto eletrônico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram exonerados pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) --três foram dispensados depois de pedir demissão e o quarto foi dispensado por determinação da prefeitura. Todos são investigados em um processo administrativo disciplinar que apura a fraude. Os profissionais fraudavam o sistema de ponto com dedos de silicone.Os socorristas exonerados a pedido são Aline Monteiro Cury e Rodrigo Gil de Castro Jorge, além de ex-coordenador do Samu, Jorge Luiz Cury, acusado de operar o sistema. Já a médica Thauane Nunes Ferreira, que foi
flagrada, no dia 10 de março, usando dedos de silicone para marcar ponto para colegas, foi exonerada por determinação da prefeitura.
Os outros três envolvidos --Felipe de Moraes, Ronnie Muniz de Oliveira e Caio José Losito Mantovani-- seguem com vínculo empregatício com a prefeitura, mas estão afastados de suas funções até a conclusão do processo. Eles seguem recebendo o salário de médico do Samu, que é R$ 5.700 por 24 horas semanais de trabalho.
O prefeito de Ferraz, Acir Filló (PSBD), defendeu o afastamento de todos os envolvidos. "Não podemos admitir que uma cidade pobre e falida como Ferraz pague médico para ficar em casa. Os investimentos precisam ser feitos para dar uma saúde melhor à nossa gente", disse.
O advogado de Thauane, Celestino Gomes Antunes, afirmou que a exoneração de sua cliente trata-se de um ato "arbitrário do prefeito" e disse que prepara, para amanhã, um mandado de segurança pedindo que ele seja reintegrada."Tomei ciência da decisão hoje, e ela é totalmente arbitrária. Iremos contestar isso judicialmente", informou. Os demais envolvidos não atenderam às ligações da reportagem.

O caso

O esquema foi descoberto em 10 de março, quando uma equipe da GM (Guarda Municipal) filmou, com autorização judicial, a médica Thauane Nunes Ferreira marcando o ponto eletrônico para colegas.
Com ela, foram apreendidos seis dedos de silicone, utilizados para fraudar o ponto, e comprovantes impressos no nome dela e de outros três colegas de trabalho, que não estavam presentes, pelo equipamento que controla o horário dos funcionários.
A médica foi presa, mas acabou solta no dia seguinte por um pedido de habeas corpus.
Depois de presa, Thauane admitiu que batia o ponto para os colegas e afirmou, segundo versão registrada no Boletim de Ocorrência, que o então diretor do Samu Jorge Cury não apenas sabia do esquema como também era dele a determinação para que o ponto fosse fraudado.
Desde então, o caso é apurado pela Câmara, que abriu uma CEI (Comissão Especial de Inquérito), e a prefeitura, que abriu uma sindicância para apurar responsabilidades. O MPE (Ministério Público Estadual) conduz um inquérito para investigar o caso e a Polícia Civil também investiga os crimes praticados pelos envolvidos.
Além disso, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) também abriu sindicância para apurar a conduta dos envolvidos. Em todas essas investigações, os procedimentos estão em andamento.

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